sexta-feira, 14 de agosto de 2009
O Encontro
Gostaria que o relato que passo a fazer seja mantido sob reserva, a fim de os outros que não pensem que estou doido ou com acentuada demência senil. Embora esteja falando a verdade, o fato objeto de minha narrativa mais parece uma manifestação paranormal.
No último dia 26 de março deste ano de 2006, um domingo, mais ou menos às onze e meia da noite, quando me preparava para dormir, descobri estarrecido que havia alguém estranho dentro do closet. Exatamente no momento em que ia transpor a soleira da porta do banheiro, antes de acionar o interruptor, senti um arrepio, com aquele frio na espinha, próprio de quem está com medo de alguma coisa sobrenatural, e vislumbrei de relance, de meu lado esquerdo, o vulto de uma pessoa. A língua engrossou e a voz sumiu, mas, mesmo assim, respirei fundo , controlei o susto e tive coragem de olhar melhor o que estava vendo. Com o ambiente em semi-escuridão, não dava para vê-la com nitidez, porém, à primeira vista, tive a impressão de que se tratava da imagem de meu pai, que falecera desde 1984. De qualquer modo, concluí logo que era alguém que não me queria fazer nenhum mal. De fisionomia serena, meu visitante demonstrava, pelo semblante simpático, que pretendia conversar comigo. Mas não falava. Nem ele nem eu. Apesar dessa situação esquisita, consegui comunicar-me com ele, ou melhor, ele conseguiu comunicar-se comigo, sem nenhuma palavra, só através do pensamento. Perguntou-me inicialmente como eu estava me sentindo naquele dia. Depois de minha resposta, digamos, telepática, de que tivera um excelente dia, ele me felicitou dizendo-me, do mesmo modo, que eu poderia dar continuidade àquele meu estado emocional, bastando que me lembrasse sempre do encontro que estávamos tendo. Perguntou-me, depois, se estava fazendo com regularidade aquilo que eu chamava de “inventário de meus ativos existenciais.” (isto é, o somatório de todas as coisas boas de minha vida), e lhe respondi que sim.
- E sua Fé em Deus ?
- Minha Fé em Deus é um de meus maiores aliados para vencer as eventuais dificuldades de meu dia-a-dia.
A essa altura do inacreditável diálogo, com meu sistema nervoso sob relativo controle, lembrei-me de acionar o interruptor para ver melhor o meu misterioso amigo. E, para meu grande espanto, quando a luz foi acesa, era um velho conhecido desde os tempos de minha menor infância mais distante, daí minha primeira reação ter sido a de não acreditar quando o reconheci: ele era eu. Sim, era eu, no espelho externo da última porta do armário do closet. O mais notável disso tudo é que a experiência me foi altamente benéfica, e eu a estou repetindo freqüentemente, com enorme proveito para o meu nascer de novo de todos os instantes, tanto assim é que passei a conversar diariamente com meu “clone”, que também estou chamando de “meu número 2”.
Não sei se Você já entrou em sintonia com seu “clone”, mas posso lhe assegurar que a experiência de encontrá-lo é fantástica. Você verá sua consciência projetada para fora, falando com o lado de dentro de Você (que fica do lado de cá do espelho), vendo a si próprio ou a si própria com imparcialidade, como uma espécie de juiz que mais aconselha do que pune. Estou falando sério!
Recife, Sábado de Aleluia, 15 de abril de 2006.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
CANÇÃO PARA TAINÁ
eu amo Você!
Seu riso e sua alegria
me ensinam a viver,
me ensinam a amar as pessoas
de coração, Tainá,
deixando, na vida, o Amor
como a grande lição;
me ensinam a amar as pesoas
de coração, Tainá,
deixando, na vida, o Amor
como a grande lição.
*****
Tainá é minha neta caçula, que está atualmente com pouco mais de um ano. É linda
e tem como uma de suas características sorrir, sorrir em lugar de chorar. Esta canção,
que foi composta no sábado, dia 11 de julho de 2009, e cuja letra ora apresento, teve a
ajuda do teclado que Lígia me deu de presente.
*****
Santo André, segunda-feira, 3 de agosto de 2009.
Vovô Chico.
CANÇÃO PARA MARINA
para compor a LIÇÇÃO DE MARINA , cuja letra considero uma das mais bonitas dentre
as composições que vou deixar para meus netos. Vejam!
MARINA, linda menina,
do riso doce,
veja o que eu lhe trouxe:
uma flor de um príncipe encantado,
apaixonado,
louquinho por Você.
O príncipe, porém, deseja
que Você seja
assim até crescer,
achando gostoso viver,
amando as pessoas
com todo o seu bem-querer,
achando que a vida é boa,
se a gente ama,
se a gente perdoa,
que toda a beleza da flor
só terá sentido
se houver Amor,
que toda a beleza da flor
só terá sentido
se houver Amor!
Santo André, 4 de agosto de 2009.
Vovô Chico.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
DOM SUPREMO
segunda-feira, 27 de julho de 2009
A Canção de Marcelo
Graças a Deus, consegui deixar uma composição musical para cada um de meus oito netos, todas, modéstia à parte, bonitas. A primeira foi A Canção de Marcelo, que apresento a seguir, composta quando ele nasceu. Em minha opinião, as estrofes mais bonitas e mais interessantes são as que se acham com o asterisco. (*) Vejam se gostam!...
Marcelo, Marcelinho
eu esperei por Você
para lhe mostrar o mundo
onde Você vai viver ( Estribilho. Cantar 2 vezes)
Você foi gerado
com amor e carinho
e será criado
do mesmo jeitinho.
Terá um Vovô
coruja demais
que já o amava
há tempos atrás.
Marcelo, Marcelinho etc. (Estribilho)
O mundo da gente
é bem diferente
do reino encantado
de onde Você vem. (*)
Aqui as crianças
se tornam velhinhos,
a rosa é bela,
mas possui espinhos ... (*)
Marcelo, Marcelinho etc. (Estribilho)
Na Terra existem
o Mal e o Bem,
existe o Amor
e o Ódio também. (*)
Há muitos caminhos
pra se caminhar,
depende da gente
saber optar ... (*)
Marcelo, Marcelinho etc. (Estribilho)
Vovô Chico (autor)
terça-feira, 21 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Curso da Arte de Amar
Vovô Chico.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Saudade novamente
Meu Doce mimo-do -Céu,
Sua Mãe me explicou
Que eu, ao lhe escrever,
Procurasse, por favor,
Fazer Você entender.
Por exemplo, a saudade,
Só tem quem sente amor,
Mesmo que a felicidade
Com ela se torne dor.
É uma dor que toda hora
A gente gosta de ter,
Porque espera rever
Alguém que se foi embora.
Por exemplo, eu viajei
Mas vou voltar nesses dias,
Quando a saudade, eu bem sei,
Se tornará alegria.
São Paulo, junho de 2009.
Vovô Chico
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Saudade é o amor que fica
Do amor que partiu,
É aquela lembrança
da felicidade
Que já existiu.
É como uma dor
Mas, por sorte nossa,
Uma dor que passa,
Embora deixando Você
muitas vezes
Sem nenhuma graça .
Santo André, segunda-feira, 13 de julho de 2009.
Vovô Chico
(*) Aos meus entes queridos, de quem eventualmente fico separado.
domingo, 12 de julho de 2009
AH! SE EU PUDESSE DEIXAR COMO HERANÇA!...
Que, em minha velhice, eu pretenda alterar
O significado do verbo ESPERAR,
Dando a esta palavra outra conotação.
É que, pensando bem, a palavra ESPERANÇA,
Se eu pudesse deixar como uma espécie de herança
Para todos que amo, eu jamais morreria,
Pois, em seu desespero, Ela os socorreria.
E o verbo ESPERAR, tendo essa mudança,
Significaria somente SONHAR
Com as histórias e os sonhos de uma criança,
Para quem ninguém morre, se aprende a AMAR.
A palavra ESPERANÇA é bonita demais
Para ser empregada com outro sentido,
E eu, feliz, lá no Céu. estaria em paz
Como se, realmente, não houvesse morrido.
Santo André, segunda-feira, 7 de julho de 2008.
Vovô Chico
sexta-feira, 10 de julho de 2009
SOFIA E MARINA, MARINA E SOFIA
Além de carinho, me dão alegria,
Me chamam à atenção, quando é preciso,
Se eu, por acaso, estou indeciso.
O amor que elas dão é tão verdadeiro
Que eu nunca mais irei esquecer
E, naquele dia em que eu morrer,
Me lembrarei delas lá no Céu, primeiro.
São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009.
Vovô Chico
O MORADOR DO SEXTO ANDAR
Aquele prédio de apartamentos,
Que nem contei quantos andares tem,
Me trouxe agora certos pensamentos,
Embora eu lá não conheça ninguém.
Sei, todavia, que no sexto andar
Reside um homem que vive um dilema
Entre querer ou não querer amar,
Porque amar é sempre um problema.
Você precisa gostar das pessoas,
Mesmo que algumas não sejam tão boas;
Você precisa saber perdoar,
Embora isso possa envergonhar.
Guardar o ódio, disto Você corra,
Pois quem tem ódio, seu veneno bebe,
Mata primeiro a si, mas não percebe,
Enquanto espera que o outro morra.
Se o morador do sexto andar pensasse
Que seu dilema acabar-se-ia
No mesmo instante em que ele amasse ,
Receio de amar nunca teria.
(*) (A todos os meus amigos que estejam morando no sexto andar...).
Santo André, terça-feira, 24 de junho de 2008
Francisco de Assis